- Advertisement -Newspaper WordPress Theme
BrasilO Dia em que um Sequestrador Tentou Colidir um Avião Contra o...

O Dia em que um Sequestrador Tentou Colidir um Avião Contra o Palácio do Planalto

Em 29 de setembro de 1986, um homem chamado Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, planejou um atentado contra o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal e local de trabalho do presidente da República do Brasil. Tal atentado seria uma ação extremamente grave, com possíveis consequências imprevisíveis e poderia gerar uma crise institucional de proporções inimagináveis no país. Ademais, atentar contra a vida do presidente da República é um crime previsto no Código Penal brasileiro, com pena que pode chegar a 30 anos de prisão.

O presidente da República é uma figura crucial para a estabilidade política e social do país, uma vez que lidera o governo e toma as decisões mais importantes para o desenvolvimento da nação. Raimundo Nonato, insatisfeito com a situação política do país, culpou o presidente por ter perdido seu emprego e pela inflação que atingia a marca de 400% ao ano e, assim, decidiu realizar um atentado terrorista no coração do poder político brasileiro.

Raimundo Nonato sequestrou um Boeing 737-300 da antiga Vasp, com o número de voo VP-375, enquanto este voava de Porto Velho, Rondônia, para o Rio de Janeiro, fazendo escalas em Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Na época, a infraestrutura aeroportuária brasileira era precária, com muitos aeroportos sem fiscalizadores de bagagem ou máquinas de raio-x, o que facilitou a passagem de uma arma. Raimundo Nonato comprou um revólver calibre .32 que usou durante o sequestro.

O sequestro ocorreu em uma época em que o uso de aviões para esse tipo de crime era raro no país, e a segurança da aviação ainda não era completamente desenvolvida. Naquela época, nem mesmo havia detectores de metais nos aeroportos. Apenas vinte minutos após a decolagem de Belo Horizonte, o sequestrador tentou forçar a porta da cabine da aeronave e foi impedido pelo comissário Ronaldo Dias. Em seguida, ele disparou contra o comissário e na porta da cabine. O copiloto Salvador Evangelista prontamente abriu a porta da cabine e permitiu que Raimundo Nonato invadisse a cabine de comando e anunciou o sequestro, forçando o desvio do avião para Brasília.

O comandante da aeronave, que estava sobrevoando os céus do Rio de Janeiro, relatou que a ação começou quando Raimundo Nonato começou a gritar que queria matar o Presidente Sarney e jogar o avião no Palácio do Planalto. Ele também afirmou que naquela época, ele não tinha ideia de que algo assim poderia acontecer.

Durante o voo da companhia aérea Vasp, o sequestrador Raimundo Nonato atirou no copiloto Salvador Evangelista quando este se abaixou para pegar o rádio em resposta a uma chamada da torre de controle de Brasília. O engenheiro de voo Gilberto Rangel também foi atingido na perna por um dos tiros disparados por Raimundo.

Após o incidente, o comandante Murilo alterou o código do transponder da aeronave para 7500, que é o código universal para sequestros. O sequestrador ameaçou o comandante com uma arma na cabeça e ordenou que o avião fosse levado para Brasília, onde ele planejava jogá-lo no Palácio do Planalto.



A força aérea enviou um Carcaça Mirage 3 para acompanhar o avião, mas o Comandante Murilo conseguiu persuadir o sequestrador a pousar em Goiânia devido à falta de combustível na aeronave, que poderia resultar em uma queda iminente a qualquer momento.

Para desestabilizar Raimundo Nonato, o piloto realizou manobras perigosas para um avião comercial, que colocaram em risco a integridade da estrutura da aeronave. No entanto, mesmo após a primeira manobra, Raimundo Nonato não se abalou. Foi então que o Comandante Murilo tomou a decisão de fazer o avião entrar em uma queda livre de 9.000 metros, o que desestabilizou o sequestrador e permitiu que o avião pousasse em Goiânia às 13:45 da tarde.



Apesar disso, o sequestrador ainda exigiu outra aeronave para facilitar sua fuga. Depois de negociações com a polícia, um avião Bandeirante foi cedido, e o sequestrador utilizou o comandante Murilo como refém e escudo para embarcar nele e retornar para Brasília.

No interior do Bandeirante, um atirador de elite da polícia federal assumiu posição para finalmente neutralizar o sequestrador. No entanto, o sequestrador ainda teve tempo de atirar, acertando o comandante Murilo na perna antes de ser neutralizado pelo atirador.

Conclusão

O sequestro do voo Vasp 375 foi um dos mais traumáticos e dramáticos da história da aviação brasileira. A tripulação e os passageiros enfrentaram momentos de pânico e tensão enquanto o sequestrador ameaçava suas vidas e a daqueles que estavam no solo. No entanto, graças à coragem e habilidade do comandante Murilo, a situação foi controlada e todos os passageiros e tripulantes saíram ilesos do incidente.

Infelizmente, o copiloto Salvador Evangelista perdeu a vida durante o sequestro, e o engenheiro de voo Gilberto Rangel ficou ferido. A bravura e ação determinada da tripulação, em especial do comandante Murilo, foram fundamentais para evitar uma tragédia ainda maior. O sequestrador, Raimundo Nonato, foi neutralizado pela polícia federal, mas a lembrança desse episódio trágico permanece como um alerta para os perigos do terrorismo e da violência em todas as esferas da sociedade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Subscribe Today

GET EXCLUSIVE FULL ACCESS TO PREMIUM CONTENT

SUPPORT NONPROFIT JOURNALISM

EXPERT ANALYSIS OF AND EMERGING TRENDS IN CHILD WELFARE AND JUVENILE JUSTICE

TOPICAL VIDEO WEBINARS

Get unlimited access to our EXCLUSIVE Content and our archive of subscriber stories.

Exclusive content

- Advertisement -Newspaper WordPress Theme

Latest article

More article

- Advertisement -Newspaper WordPress Theme